Sendo uma máquina de aprender
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Muitas vezes reclama-se que uns aprendem mais que outros, e uma série de fatores podem ser apresentados. E aí começa uma lista de coisas que poderiam ser. Em todo caso, não é de todo errado dizer que alguns tem dificuldades na hora da aprendizagem. São situações que podem ou não estar associados com aspectos biológicos e/ou fatores externos.
Mas independente da situação, quando você aprende a aprender , no seu ritmo, há uma evolução substancial na assimilação de informações. E se informar neste momento atual e para o futuro é de suma importância para se posicionar. E quando digo se posicionar, isso pode abranger situação profissional, pessoal, emocional etc.
Uma pessoa consciente com o que passa na sociedade e se atualiza quanto a situação profissional e demais campos que fazem parte do cidadão comum, está mais preparada quanto as demandas que o futuro pode apresentar. O que ajuda muito é aprender no cotidiano. O modo hodierno de viver pode ser usado para ser uma pessoa melhor a cada dia. E para isso, uma prioridade que pode-se ter é aprender a aprender.
Estudar hoje em dia é uma coisa mais que fundamental : é uma questão de sobrevivência!. Num mercado de trabalho que visa otimizar sua produção, o cenário de empregos irá se transformar drasticamente; onde as implicações científicas estão cada vez mais participativas na sociedade; onde as pessoas a cada geração estão incorporando a tecnologia e ficando , de certa forma, mais exigentes quanto escolher, seja um parceiro ou um cachorro, só resta uma coisa a dizer: o mundo está em constante transformação como nunca antes visto.
Mas isso é para pior ou melhor? Tudo depende de você, meu caro. O que se pode fazer nesse mundo contemporâneo é estudar. Mas constantemente somos bombardeados com indicações para “fazer coisa melhor” , ou seja, cada vez mais há desvio de foco com a gama de possibilidades que surgem dia após dia.
Mas quem disse que estudar é algo chato? Quando você resolveu parar para pensar no assunto? Quando que você realmente percebeu que isso era importante?
Bem,além do desânimo, o que pode fazer uma pessoa ficar perdida é a questão das escolhas. Há uma série de fontes, onde apresentam-se informações de todo tipo. Nunca antes a informação chegou tão rápido. Nunca se viu a tecnologia avançar tanto. E a pergunta é: você está preparado para escolher aquilo que é relevante?
Você precisa saber que não é , necessariamente, pelo acúmulo de informação que pode-se tornar mais produtivo, mas é pela qualidade do que você estuda, pois estudando melhor, acaba-se sendo mais inteligente, mais criativo,mais culto.
Assim, para ser uma máquina de aprender comece a entender o que você tem de melhor: o seu cérebro!
O Cérebro
A nossa mente funciona como um grande um HD. Num computador a memória funciona em dois aspectos, digamos assim. Primeiro, para as atividades de rotina – digitação, por exemplo – existe um registro criado por um pulso elétrico que armazena temporariamente essa ação na memória, contudo, ao desligar o pc ela desaparece. No caso do segundo aspecto, quando algo é arquivado no HD essa memoria fica fixa.
Nossa mente , de modo análogo, funciona da mesma forma. Para as atividades rotineiras, a maioria das coisas que precisa-se fazer é armazenado na memória de curto prazo. É algo o suficiente para realizar uma ação, mas que logo se esquece. Para que fique registrado como um arquivo necessário você precisa, digamos, avisar ao seu cérebro que isso é importante. Aí que entra a parada do estudo.
Estudar é dar significado a você do que é preciso reter e, normalmente, a forma de como se pratica esse ato faz com que se pareça chato ou sem importância. Desse modo, o cérebro não registra como deveria a sua informação.
Para que a informação vire conhecimento e que ela fique de forma permanente em seu cérebro deve-se passar essa informação, que foi devidamente interpretada e entendida (conhecimento), do sistema límbico para o córtex cerebral.
No sistema límbico temos aquela estrutura do primeiro aspecto dito anteriormente. Assim, nesse sistema, tem-se o hipocampo, importantíssimo para a memória de curto prazo. E o HD está em todo entorno dele, este é o córtex cerebral – fundamental para o arquivamento definitivo, por assim dizer, ou seja, a memória de longo prazo.
Desta forma, o sistema límbico, seria o que podemos dizer como uma memória de trabalho (há quem faça distinção de memória de curto prazo e de trabalho) que atua o suficiente para guardar uma informação imediata, podendo usar num dado momento ou até mesmo durante algumas horas. Neste ínterim a informação pode ser descartada ou passar para o HD – no nosso linguajar, memória de longo prazo.
Mas ao contrário de um computador que por circuitos eletrônicos pode armazenar ou não uma informação, o modo de como se retem uma informação é através dos neurônios
O neurônio, célula característica do cérebro, tem prolongamentos denominados dendritos que fazem conexões com o terminal de outras células nervosas. Este terminal recebe um pulso eletroquímico do axônio ocasionando as chamadas sinapses.
Para “chamar” da memória aquela lembrança de um informação necessária, é preciso estimular bastante os neurônios para que se tenha bastante conexões entre si. Assim, nessa grande rede neural, fortalece a memória importante de uma matéria, por exemplo.
Então, o que se sabe é que, inicialmente, a informação primeiro encontra-se no sistema límbico. Se a mesma for recebida e não estimulada a ficar, ou seja, o que comumente chamamos de estudo, quando o corpo for descansar toda a comunicação nova do meio externo para o cérebro terá uma perda significativa, permanecendo somente o que houve conexões mais fortes, por assim dizer. Conseguimos ter uma ideia com a seguinte curva do esquecimento:
A grosso modo falando, o processo de esquecimento é algo normal do nosso cérebro. É preciso trabalho para que a informação passe para o córtex e vire permanente. Assim, para que fique registrado o que se precisa é um método excelente e que, por exemplo, sendo você aluno, estude todo dia e use a sala de aula como revisões.
Algumas faculdades como a ESAMC adotaram o sistema de prévias, ou seja, o aluno vê a matéria antes da aula e tenta desenvolvê-la antes para apresentar ao professor. A ideia é que se trabalhe conhecimentos prévios para confrontar com a aula propriamente dita e, dessa forma, fazer vínculos com as informações que estiverem certas e descartar as incorretas.Mas outra forma de utilizar esse método (que não sei se é o caso da ESAMC) é logo após a aula, quando chegar em casa, revendo o que foi visto. Para ambos os casos, não é preciso ficar horas e horas, mas o suficiente para cobrir todo o texto/aula/vídeo etc.; enfim, fazendo pouco todo dia, porém, com qualidade é o suficiente para conseguir aprender e reter mais e mais.
Por que estudar?
Para aprender! Talvez pareça óbvio, mas na prática as pessoas pensam que estudar termina quando alguém se forma em algum nível educacional. Na verdade ela nunca devia ter parado. Aprender te deixa apto a ser uma pessoa melhor em muitas áreas da sua vida.
Segundo Gladys Mariotto (2015,p.18-19), podemos ver algumas razões importantes:
- Com base numa pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas, quem tem mais estudos tem melhores salários – “… profissionais com curso superior completo ganham 220% a mais do que aqueles sem qualificação profissional.”
- Quem tem mais estudos também tem melhores empregos
- Expectativa de vida nos tempos atuais – ” Vivemos quase três vezes mais do que se vivia há cem anos […] Imagine uma pessoas que ao quarenta anos pare de estudar e se aperfeiçoar […] O resultado será que em oito ou dez anos ela estará totalmente fora do mercado de trabalho.”
- A atividade intelectual regular é ótima para a saúde mental
- Maior atividade intelectual irá ter melhor aprendizado – ” Quem estuda mais, aprende mais rápido.O cérebro funciona como se fosse um músculo, quanto mais exigimos dele, mais forte e apto para as respostas ele estará [..]”
- Ser empregável é diferente de ser empregado – a pessoa empregável é aquela com autonomia intelectual capaz de resolver problemas e evitar alguns outros. No caso do empregado ele só resolve problemas, mas não garante sua autonomia. Ao contrário, se vê em constante ameça quando aparece alguém especializado.
- Aprendizagem continuada – Acabar algum curso em algum nível escolar não significa que deve-se estacionar quanto aos estudos. Um forma de ver isso é que o mercado de trabalho está cada vez mais procurando profissionais multidisciplinares.
- Quanto mais estudos, maiores são as oportunidades de trabalho – “Com formação universitária e especializações, você estará apto a uma infinidade de funções.”
Continuar estudando sempre foi a causa de uma evolução pessoal que consequentemente trouxe grandes benefícios para a sociedade. Nada do que está sendo visto é algo novo. Novo é a rapidez como a informação hoje em dia viaja – dois megas, oito megas … -; a facilidade de se encontrar um livro sobre um tema que se queira saber; as plataformas digitais que disponibilizam grandes acervos. Ou seja, se há mais e mais informação é porque isso move o mundo, ou melhor, move pessoas a moverem o mundo.
Não é a toa que sempre se ouve, a cada passo que a sociedade dá, que alguém que não esteja inteirado pode ficar de fora do mercado de trabalho, por exemplo. Foi assim com a máquina de escrever, com o computador, cursos de especialização, etc..E o que tudo isso tem em comum? O estudo!
Para se adaptar é preciso aprender o que é fundamental e para ter um diferencial, aprender o que é fora do habitual.
Ler é uma atividade necessária.Praticar é mais necessário ainda.
Ter acesso a diferentes tipos de materiais, ou seja, de ler mais e acolher informação de relevância e em seu contexto certo, te permite ter uma ampliação de conhecimentos gerais. Estimula sua capacidade criativa e possibilita resolver problemas.
Ainda sobre a importância de ler, quem lê mais consegue angariar maior vocabulário e capacidade argumentativa aprimorada.
Quem se habitua a ler corriqueiramente consegue melhorar sua gramática e,assim, escrever mais e melhor.
Gladys Mariotto (2015, p. 24), ainda comunica que ler aproxima conteúdo, ou seja, são os conhecimentos prévios. Quanto mais você conhece, mais fica fácil de aprender. Então, ler ou , especificamente falando, como ler é parte importante (obviamente) no ato de estudar, contudo, executar o que se lê desenvolve absurdamente o potencial da informação virar conhecimento.
Mas ler não pode ser algo maçante.Na verdade deve-se procurar encontrar prazer nesse tipo ato.É de grande ajuda quem lê por prazer. O professor Pier orienta, em seu livro aprendendo inteligência, a encontrar uma forma de fazer da leitura um modo de lazer, pois no meio de tanto aparelho eletrônico que apresenta um modo pronto de entretenimento, ser uma pessoa ativa nos estudos, no caso, gostar de ler não é muitas vezes visto como algo possível.
Até aqui foi dito a importância de estudar. Estudar engloba, dentre outras coisas, aprender e entender. Segundo Pierluigi Piazzi (2008, p.63) alguém só aprende se for autodidata, ou seja, se for professor de si mesmo.Na escola um aluno entende a matéria, mas ele só aprende fazendo. Aprender é escrever e colocar em prática aquilo que entendeu. Só dessa forma alguém consegue reter a informação, pois dessa vez houve uma reconfiguração neural e aquilo que foi praticado, arquivado fica.
A força do hábito
Procurar manter regularidade na forma de estudar. Sempre ter um tempo para usar o seus materiais no dia a dia é reforçar a importância que uma informação relevante tem. Ser uma pessoa que somente “anexe” a ideia de aprender diariamente com livros poderá ser mais difícil incorporar o hábito de estudar como o de ir ao trabalho – É nesse nível de importância que a prática de estudar deve ser equiparado.
Há um antigo provérbio chinês que diz: “Todo prazer vem associado a uma dor. O verdadeiro prazer é aquele no qual a dor vem antes”
Podemos dizer que quando você aplica seu esforço na hora de adotar uma vida de estudo, com o tempo os frutos desse ato vão aparecer. Inicialmente, pode ser difícil,mas depois é muito gratificante.
E nessa empreitada técnicas de estudo são instrumentos necessários. Ativar os diversos sentidos na hora de assimilar algum conteúdo, arrisco dizer, é a forma certa de estudar. Então, tenha um local para essa prática diária. Não deixe de lado a sua “cota” diária de leitura. E quando tiver um tempo livre (nem que seja na fila de um banco) faça leituras de resumos, anotações de algum texto que foi feito, fichamentos etc.
Eis aqui algumas técnicas:
Faça algumas diferentes leituras do texto:
A velocidade de leitura com o passar do tempo vai se modificando. Para dizer o óbvio: Compreender o que está lendo é o propósito. Para tal feito, a dica é ter um panorama de leitura. Trace bem o início e o fim do seu estudo. Faça uma pré-leitura, uma leitura normal (digamos assim) e uma pós-leitura.
A pré-leitura é para informação. É a leitura que se faz quando se precisa ter noção abrangente do material que está em mãos. Assim, compreendendo o assunto em pauta para depois se aprofundar.
Pré-leitura,como o próprio nome diz, é uma primeira leitura do texto. Serve para encontrar toda uma esquematização de como foi montado o material a qual esta sendo consultado. Verifica-se listas, tabelas, gráficos etc. Serve também para se ambientar ao material, saber em que “terreno” está lidando.
Se for um livro, a pré-leitura poderá ser feita do livro todo ou por capítulos. Dependerá de como foi preparado o modo de estudar. Uma vez feita essa leitura inicial segue-se o próximo passo: a leitura com mais acuidade.
Essa leitura mais detalhada já é feita numa velocidade em que sua percepção deve condizer com o que foi apreendido ao longo da primeira varredura. Pode-se controlar a velocidade com a intenção de detectar se há concordância ou não com a pré-leitura. Uma vez vendo que não, volta-se para ao início do trecho procurando verificar o que realmente diz. Vendo que está tudo bem prossegue a leitura. Contudo, ficar voltado muito poderá deixar mais lenta a assimilação da informação.
Já na pós-leitura, tem de se fazer a reprodução do que foi apreendido no texto. Com a aplicação das palavras-chave, onde estas são essências para extrair a intenção da composição do trabalho. Assim, com suas próprias palavras tentar transcrever a ideia central do material (uma parte dele ou quando terminar de ler, o material todo). O processo é lembrar o que foi memorizado e resumir transcrevendo o texto. No momento em que se consegue retratar com suas próprias palavras o que está sendo estudado, é quando se alcança uma parte substancial e imprescindível no que tange a absorver o conhecimento requerido.
O próximo passo é a retenção do conteúdo a longo prazo, pois a matéria já foi entendida.
Quando digo reter é exatamente acessar o conteúdo com o uso da memória. Já vimos anteriormente a diferença de entender e aprender.Você entende algum tema quando alguém o explica (seja por algum tipo de plataforma ou pessoalmente), mas só aprende quando aplica o que foi entendido.
Mas por que isso?
Para você reproduzir, ora bolas! A ideia é acessar de novo a informação nova aprendida. Se não for assim, por qual motivo essa informação era importante para você? Entendeu, a razão para manter uma rotina de estudo? Você está “dizendo” ao seu cérebro que o conteúdo em mãos é relevante e precisa ficar armazenado.
Flashcards:
Eu já falei sobre esse assunto aqui ó, mas como já mencionado nesse artigo os flascards são cartões que podem ser usados muito bem para revisões. São “montinhos” com perguntas de um lado e as respostas do outro lado. Quando você acabar de estudar a matéria, faça perguntas com a qual as resposta você possa escrever no cartão e suscitar a lembrança requerida. Fazendo assim irá reforçar a memória de longo prazo
Mindmaps ou Mapas Mentais:
Também já comentei neste artigo. Mapas mentais são excelentes para ordenação de ideias, armazenamento de informações e brainstorms. Um dos maiores expoentes dessa técnica chama-se Tony Buzan.Em seu livro, mapas mentais ele apresenta:
Os mapas mentais são um método de armazenar, organizar e priorizar informações (em geral no papel), usando palavras – chave e imagens – chave , que desencadeiam lembranças específicas e estimulam novas reflexões e ideias (Buzan,2009,p.10)
Mapas mentais ajudam muito na hora no estudo. Ao passo que se avança no texto, suas anotações das partes importantes que conseguiu extrair colocando num mapa mental – que você mesmo pode desenvolver – ele te dá o aspecto visual do que se pretende apreender. Assim, tem-se a imagem do texto estimulando a parte criativa do cérebro.
Fichamento:
Fichamento não um resumo. Eu diria que é mais o conteúdo estruturante do que está sendo consultado. Fazer um resumo é transcrever com suas palavras que entendeu do texto de uma forma mais sintetizada.No fichamento você coloca as ideias principais do que o autor está tratando
Para Gladys Mariotto, citando Humberto Eco, enumera alguns tipos de fichamento como: 1)fichamento do ideias, onde contém apenas as ideias que surgem no texto para depois serem retomadas;2)fichamento temático,este contém o que vários autores falam sobre o mesmo tema;3) fichamento por autores – elabora uma lista de autores revisados; 4) fichamento de citações – isola as ideias de cada autor , copia-se exatamente o texto que ele produziu, citando a fonte e 5) fichamento de leitura – seria uma espécie de resumo , com o conteúdo de todas as leituras.
Resumos:
Esta é a reprodução que você faz da abordagem geral do material consultado. Depois de lido faz-se uma varredura vendo os pontos abordados condensando-os numa ideia geral a qual o autor se propõe a fazer
Para fazer um bom resumo pode-se começar fazendo anotações a partir da pré-leitura feita. Procurar por palavras-chave que tem faça lembrar rapidamente do que se trata aquela parte que está sendo lida.
Assim, tente transcrever as ideias de todo o material que esta sendo estudado por cada parte conferida. Depois de escrita cada parte, junte-as e releia este conteúdo produzido.Estando o texto coerente, guardar o resumo.
Finalizando
Viver uma vida de estudo e aprendizado não deve parecer extenuante. É verdade que exige, em algum nível, algum tipo de esforço (dor antes) para depois poder usufruir do conhecimento adquirido (prazer depois).
Com isso quero recomendar fortemente que você baixe o e-book gratuito e comece a pensar sobre ter uma vida de estudo. Isso é possível e necessário para os dias de hoje. É só acessar o link aí embaixo.Inicie hoje mesmo e tenha uma mudança de perspectiva para melhor.