Viva – A vida é uma festa!

Questões familiares podem atrapalhar um sonho? O que importa mais, a família ou algum desejo particular? O que é a morte? Esses são alguns pontos discorridos ao longo da animação Viva – A vida é uma festa!. As situações permeiam desde o simples até temas inesperados para uma animação, por exemplo, alguns tipos de mortes encontrados nesta obra “Disney-Pixariana”(rsrs).

 

viva a vida é uma festa
Eu tenho que admitir que, inicialmente, achei que ia ser mais um filme “genéricão” do tipo com o protagonista principal sendo incompreendido no começo (típico de herói Disney querendo encontrar seu lugar, Tarzan e Hércules que o digam), mas que teria uma linearidade normal até ser provado que ele merece ser reconhecido – roteiro do “caminho do herói” – e que ele tinha razão na sua busca pessoal.

Confesso que me surpreendi. O roteiro é bem amarradinho e existe alguns plot’s que agradam quando aparecem. Vencedor de duas estatuetas, melhor animação e melhor canção original (Remember Me), não é a toa que agradou tanto a crítica (não é que eu me importe tanto assim também com isso,mas foram muito bem receptivos com o filme).

Com uma narrativa que mescla questões familiares até reflexões à respeito da morte, Viva – A vida é uma festa!, tem como pano de funo o “dia dos mortos” do México, onde nesta data, apesar do visível jogo de oposição de palavras pelo título adaptado para o Brasil (o filme originalmente chama-se Coco), o dia dos mortos é vivido com grande entusiasmo pelas pessoas do México e isso é reproduzido na animação. É o dia em que os parentes já falecidos vem para visitar seus entes queridos que ainda estão vivos.Para isso as pessoas que não estão no mundo dos mortos precisam colocar fotos em uma espécie de oferenda, assim indicam que ainda lembram dele.

Esse é o gancho em que Miguel, protagonista do filme, encontra um esqueleto que aparentemente não esta sendo colocado sua foto no altar das oferendas, porém, os dois prometem se ajudar em questões que um depende do outro. Este esqueleto é Hector.

Trocando em miúdos, a família de Miguel vive há gerações “brigada” com a música.Isso porque o pai de Inês,esta bisavó de Miguel, saiu para ir atrás de seu sonho que era ser famoso com sua música. Deixando Inês e a Mamá Imelda desorientadas quanto ao seu futuro.Desse modo, Imelda se virou para sustentar sua família montando um negócio no ramo de sapatos.Prometeu a si mesma que “protegeria” sua família de todo e qualquer tipo de música.

O filme se passa vários anos depois da morte de Mamá Imelda e com Inês já avançada em idade, contudo, a ideia da música não ser parte da cultura familiar ainda está presente na geração atual. Porém, Miguel inspirado em Ernesto de la Cruz e com uma paixão proibida pela música precisa driblar isso se quiser viver seu sonho.

Viva - a vida é uma festa

Coco (2017)
Miguel (dublado originalmente por Anthony Gonzalez)

Então, uma vez Miguel no mundo dos mortos, pois conseguiu meio que sem querer – através de um acorde tocado e em contato com as folhas que guiam o mundo dos mortos aos vivos – fazer a passagem ainda vivo para o outro lado, precisa da ajuda de Hector para encontrar o caminho de volta, e o mesmo tenta todo ano atravessar no dia dos mortos a trilha de folhas que levas até os vivos.

Como já dito, culturalmente, o dia dos mortos não é encarado com frieza, mas com alegria e isso na animação é evidenciado. O mundo do mortos tem vivas cores e brilho em contraste com o mundo dos vivos, que não é tão chamativa, digamos assim.

O tema morte na animação é considerado uma forma de analisar rompimentos, como viver a vida e até mesmo como ver tipos de mortes que acontecem por meio tragédias, mas claro, nada com exposições dialéticas-filosóficas e nem mesmo com imagens fortes, porém, como já disse, o dia dos mortos é o background. O mote mesmo é o protagonista Miguel querer ser um músico reconhecido.

Filme muito bom e mais que recomendado.Assistam, não vão se arrepender!

 

Sobre o autor | Website

Gosta de ler e de games - defendeu com coragem o mega drive perante seus amigos nintendistas. Inserido numa cultura nerd, geek e qualquer outro adjetivo que remeta ao universo de ficção,fantasia e jogos; enfim, gasta uma parte do tempo em Final Fantasy IX e a outra parte em GOT. Também gosta de assuntos relacionados à tecnologia e aprendizagem: nada como um apetrecho tecnológico, por exemplo, o raspberry pi para hackear a educação.Acha que modificar métodos, apresentar novos meios e aprender uns com os outros pode ser considerado uma missão de vida.

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