Escolhas e riscos

Sou eu aqui mais uma vez. E agora para contar um “causo”. Não é algo que experienciei (se for lançar mão de um neologismo), mas que achei deveras interessante, rsrs.

Num dos cursos que estava fazendo em São Paulo, o professor que estava ministrando contou uma situação a qual tinha passado e rememorou outra a qual ficara sabendo – isso já se fazia alguns anos na época em que se apresentou essa história a ele.

Primeiro, para ilustrar a aula, contou seu evento onde ele era o protagonista. Depois o outro acontecimento casuístico (rsrs).Ele, como ótimo consultor que é – com vários anos de mercado nessa área –, estava ensinando sobre curvas de um gráfico. Pontos de máximo e mínimo em que se pode chegar um determinado fenômeno que se apresente, seja ele da natureza ou econômico. No caso, a segunda opção.

Em um dos ínterins de explicação, usou como exemplo um estudo de caso que ele mesmo deu consultoria. A empresa queria otimizar os lucros. O professor chegou a duas curvas ótimas, cada qual com seu risco.

Deixe-me fazer um adendo: para uma empresa que queira otimizar seus ganhos, dependendo das informações que disponibilize ao consultor, implica também em riscos, contudo, quanto mais ótima a curva puder chegar , mais riscos poderá ter. É claro, também deseja-se que, quando uma curva chegue em seu ponto de máximo, também tenha o menor risco possível, mas lembre-se: possível.

Voltando ao “causo” inicial, na época que o profissional das exatas estava passando por isso, ele conseguiu chegar num ponto de ótimo que implicaria em sérios riscos. Demoraria alguns meses para estabilizar o caixa e, assim, obter o lucro esperado. Ele poderia chegar num ponto de ótimo com menos riscos. E dessa forma, o lucro que obteria também seria satisfatório para ambos, mais confortável. Tanto para o consultor como para a empresa.

Porém, ele já estava numa fase de grande experiência, sabia o instrumental que manejava: a matemática. Poderia correr o perigo, digamos assim, que essa situação lhe tinha a oferecer. Então resolveu que queria a “curva maior”.

Para ser ameno, isso rendeu “bons” momentos de dor de cabeça. Dúvidas e um pouco de desesperança. Mas ele confiava no que tinha chegado. Embora as dificuldades pudessem parecer contundentes e, para uns, “dizer” que a opção de optar pelo apontamento do consultor fosse uma furada. A empresa seguiu em frente com a decisão do professor. Foram meses de dúvidas que corroíam, de certa forma, a estrutura da confiança dos envolvidos. Contudo, a resposta quando veio (surpresa para alguns) constatou: O professor estava certo! A empresa faturou o que havia planejado.

Assim, na aula veio, digamos, a lição de vida sobre correr riscos – como corre-los e quando é a hora de se fazer isso. No caso do professor, pela estrutura e inteligências (emocional, profissional, etc.) que tinha adquirido com a vida permitiu melhor analisar a situação e agir de forma ponderada e racional, mesmo que para alguns pudesse ser no mínimo inusitado.

A segunda situação, na verdade já era meio sabido do grande público. E meio que serviu também para aludir uma forma correr riscos. E nesse caso, pode-se dizer um risco de vida. Ora veja, uma senhora passou mal e foi levada as pressas ao hospital. No local descobriram que ela havia tido infarto do miocárdio. Imediatamente deu entrada na sala de cirurgia, de alguma forma (não me lembro ao certo) o médico não estava conseguindo fechar o coração. Até então, tentou – se de tudo. Contudo, o profissional da saúde teve uma ideia um tanto quanto peculiar: colar o coração com Super Bonder. É isso mesmo! Bem, o contexto se repete, mas não com tanto tempo para averiguação. Era uma emergência. Assim o inusitado deu certo, a mulher foi salva.

No primeiro caso, o modo de lidar com o risco levou em consideração, o tempo de experiência, inteligência emocional e profissional, sobriedade, a reputação construída ao longo dos anos, ponderação e a capacidade de saber a hora certa de arriscar.

No segundo caso, o tempo de atuação como profissional da área, as diferentes possibilidades de exercer uma técnica, a improvisação, sua reputação ao tentar uma situação fora, digamos,da ética médica.

E por falar em ética médica aqui também cabe um adendo, se for levar em consideração que ao longo do tempo muitos pacientes também passaram pelo mesmo cenário. É que por causa do tempo de atuação no mercado, muitos profissionais da área também se viram na mesma sinuca de bico e desistiram do paciente por, talvez, ser mais ético do que tentar algo absurdo, por assim dizer. Ou seja, moral da história: a ética pode matar (é brincadeira!,rsrs)

Agora, realmente, tem muitos momentos na vida que decisões são difíceis de tomar, contudo, os riscos a serem enfrentados são inerentes aos eventos que se forma entorno do contexto em que se vive, por exemplo, escolher a faculdade, qual trabalho seguir, mudar de área ou não, continuar pagando o conselho regional mesmo já não sendo tão atuante na profissão, etc.

Pular de uma andar de um prédio, com um paraquedas comprado no mercado livre, pode ser tão perigoso quanto colar um coração ou mexer com altas quantias de dinheiro. O que importa é saber enfrentar as consequências: Quebrar uma perna é o mínimo; a cola não funcionar pode te caracterizar como, no mínimo do mínimo do mínimo, um mal profissional; não dar o lucro esperado é o mínimo. Mas e quando o ponteiro vai para o outro lado?

Se o resultado obtido for totalmente o oposto numa situação delicada e difícil? O que irá te sustentar, ou te levantar caso haja um queda?

Como diria um construtor de obras: é difícil meu amigo, é difícil (sacaram a cacofonia? Boa né!?Sei que não,rsrs)

Sobre o autor | Website

Gosta de ler e de games - defendeu com coragem o mega drive perante seus amigos nintendistas. Inserido numa cultura nerd, geek e qualquer outro adjetivo que remeta ao universo de ficção,fantasia e jogos; enfim, gasta uma parte do tempo em Final Fantasy IX e a outra parte em GOT. Também gosta de assuntos relacionados à tecnologia e aprendizagem: nada como um apetrecho tecnológico, por exemplo, o raspberry pi para hackear a educação.Acha que modificar métodos, apresentar novos meios e aprender uns com os outros pode ser considerado uma missão de vida.

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