Um futuro pós-apocalíptico peculiar, é no gelo.O mundo todo passou por uma espécie de segunda versão da era glacial armada pelo homem.A desculpa? aquecimento global.No inicio uma narração apresenta o fato de que o foi descoberto uma substância, o cw7, que poderia diminuir o calor e assim equilibrar a temperatura da Terra.No entanto, começou a ficar frio demais impossibilitando a vida. Por isso, não há vida fora do trem.Trem?!,mas que trem?.O filme segue com uma civilização crescendo já algum tempo dentre desse expresso.O senhor Wilford, a princípio, propiciou uma nova chance a humanidade,seu crescimento e tudo que incube a uma civilização organizada.

Mas uma civilização organizada dentro de um expresso?Sim! a adaptação do título Snowpierce foi uma boa,contudo, apesar de dar esse “ar” de esperança para as pessoa que estão protegidas do frio intenso do lado de fora, logo no início percebe-se o clima de conflito entre as diferentes classes que ora apresentam-se no filme.Sim,novamente é mostrado a idéia de classes.

Tem os mais oprimidos pertencentes a classe mais pobre (e que ficam no ultimo vagão. Que coincidência! rs).E tem os mais “privilegiados”, digamos assim, pertencentes a classe mais elitista do filme e que ficam nos carros da frente.

Uma das coisas mais legais no filme é que se passaram dezessete anos  e você consegue ver pessoas que nunca tinham estado do lado de fora do expresso.Jovens crescidos dentro do trem.A noção de tempo, ao que parece, é um ponto específico: uma ponte. O trem levava um ano para dar uma volta ao redor do mundo e sempre passando pelos mesmos lugares.Ao percorrer essa ponte passa-se um ano.Também tem problemas que uma sociedade enfrenta diariamente em cidades , por exemplo, as drogas.

Para que Curtis (protagonista da história) possa avançar descobrindo outras áreas do trem ele conta com a ajuda do Namgoong  que pede para ser recompensado em Kronol ( a “pedra” que pode ser comparado com o crack nesse contexto) .

Organização do governo

Wilford é a autoridade máxima,benevolente e guardião do motor que deu a chance das pessoas sobreviverem em seu trem.A parte do benevolente é como é feita sua propaganda pelas pessoas que trabalham para o governo. Mason é a representante quanto a seus assuntos para repassar as pessoas de todas as seções.A classe em foco no início tem um ancião que goza de uma certa liberdade em falar com Mason e deseja apresentar as necessidades a qual ele e as pessoas estão passando.

Wilford também conta com uma força armada responsável por manter a ordem, pois as coisas invariavelmente desagrada certa parcela da população e para impedir qualquer tipo movimentação suspeita o até mesmo para uso da força quando necessário.Supervisiona os trabalhos exercidos pelas pessoas (pelo menos isso acontece com os mais pobres), distribui e faz o controle da comida da seção dos miseráveis.

Falando em trabalho, não tem uma grande diferenciação de ofício na ultima seção, profissões exercidas pela população são vistos mais a frente no filme, como o de professora, garçom etc.

Então, temos: O chefe maior de Estado – Wilford; temos a representante de assuntos do governo – A ministra Mason; temos a força armada que tem o papel de supervisionar e manter a normalidade na medida do possível; tem a primeira classe e a ultima, esta muitas vezes não se tem acesso nem ao básico pra sobreviver.

O que se percebe é que existe uma  “ação de Estado” dos meios de produção da sociedade.Wilford é o líder “querido” do governo (e de sua propaganda) e não há uma força maior que consiga competir contra , pois  qualquer recurso esta centralizado e qualquer meio – econômico, cultural, social – esta nas mão de um homem só.

A revolução

Como os recursos são escassos e quem os detém em maioria é o governo não se tem o controle certo sobre a existência de algumas coisas por parte da população.Curtis desconfiou disso e percebeu que a força armada de Wilford não disparou um tiro sequer desde da ultima revolta.E começou a formar uma resistência com a “galera do fundão” agarrado a essa teoria que eles poderiam sair de lá numa espécie de guerra civil (e sem super poderes).

Num ato de loucura Curtis se posicionou a frente de uma arma e ordenou que atirasse.Vendo que a força armada não tinha munição começou a reação em cadeia e a , finalmente, saída do ultimo vagão rumo ao primeiro. Mas para isso ele precisava da ajuda do Namgoong .Ele,Namgoog, decidiu ajudar.Não era bem pelo caminho, ne!? O negócio era só andar em linha reta,mano! É um trem!. Porem, ele tinha o conhecimento de como abrir as portas eletrônicas que dividiam os vagões

Como já dito, japa o ajudaria se para isso eles o pagassem com Kronol, pois ao que parece ele era muito bom (mas também muito viciado).Ele tem uma filha, também viciada. Kronol, inicialmente, parece ser uma droga sintética e causa grande dependência e ha menção que a mesma era inflamável .

Parece que cada vez mais a necessidade de viver em um expresso (que esta sempre se movendo por trilhos eternos) sob a batuta de um único líder, está se enfraquecendo a cada momento.Curtis esta avançado algumas “casas”.E nesse ínterim, acaba tendo acesso a realidade de como era a sua subsistência no ultima vagão.Ele vê a fabricação do seu alimento (quase como é fabricado a gelatina, rsrs).Ele vai tendo mais acesso a uma realidade na qual ele não teria chance por causa de um governo autoritário.

Essa resistência, digamos assim, é surpreendida logo após o vagão da água.Pessoas sinistras encapuzadas e com machados pronto para enfrentá-los.Uma reviravolta, essa sequência é muito boa, baixas importantes acontecem.Assim, Curtis continua e precisa resolver muitas questões,precisa libertar seu povo (quase como um chamado, rs).

Muitos acontecimentos importantes e descobrimentos até chegar no guardião.Aí que o plot acontece.Ao longo do caminho Gilliam – o ancião mencionado no inicio e Curtis recebem mensagens escondidas em cápsulas. É como se alguém externo a eles quisesse ajudar oferecendo pistas, porem, Wilford é que estava fazendo isto.Foi o responsável pelas outras revoluções que não deram certo.Tudo isso, pelo que aparece algumas vezes no filme, é para manter o equilíbrio.

Evitar uma superpopulação, vale a morte de muitos? racionar comida, neste contexto e da forma como é feita, garante que a mesma não acabe? em tempos de guerra como se vê a ética? Tudo isto e “jogado na cara” do protagonista que deve lidar com os eventos do seu passado e com a responsabilidade de ser um líder.

Filme muito mais que recomendado.